domingo, 3 de julho de 2011

DISCURSO ECOLÓGICO ? cuidado...

Nos dias que correm, é quase uma heresia questionar o senso comum ecologista que se impregnou nos discursos de praticamente todos os segmentos sociais e em todo o espectro ideológico: da direita a esquerda, todos se manifestam piedosos defensores do meio ambiente e se escandalizam com as sacolinhas de plástico, para não falar do sempre aludido aquecimento global causado pele efeito estufa.
O discurso ecológico nasceu nos Estados Unidos em meados do século XIX, na mesma época em que as tribos indígenas nativas eram sistematicamente massacradas e eram criados os primeiros parques nacionais do mundo. Será mera coincidência? Os primeiros ecologistas se filiavam a uma corrente que defendia radicalmente a "natureza" e denunciava  o papel dos seres humanos com relação a ela, depreciando-os.
É que nos estudos sociólogos vem designado como " ecologia profunda". Instaura-se uma ética biocêntrica que considera que o florescimento da humanidade entrava o das outras espécies. Assim, Paul W. Taylor afirma que "em certas situações, é até mais grave matar uma planta selvagem do que matar um homem".
O mesmo autor considera que " o desaparecimento completo da raça humana não seria uma catástrofe moral, mas antes um evento que o resto da comunidade viva aplaudiria com entusiasmo." Fofo não?
A recente polêmica em torno dos cientistas do IPCC, o painel internacional sobre o clima, que teriam falseado dados para tornar mais dramático os seus relatórios, se inscreve nessa história.
A Terra já passou por diversas alterações climáticas e até agora as conjeturas sobre a gravidade do atual aquecimento não tiveram comprovação cientifica séria.
Os discursos ecologistas atuais são todos de matriz neoliberal.
Em nenhum momento se questiona o modelo capitalista de consumismo doentio. A própria noção de "desenvolvimento sustentável" se filia a esse espírito. Não tem mais lugar no mundo para desenvolvimento:
Não precisamos de carros mais sofisticados, de celulares capazes de mais coisas, de computadores mais rápidos, de televisores que fazem quase tudo sozinhos.
Mas o modelo de desenvolvimento que impera hoje é o do consumo:
Um telefone celular pode durar dez anos, mas somos bombardeados pelas operadoras para trocar a cada seis meses, se não menos.
E dá-lhe quinquilharia no lixo.
Pessoas que se comovem com a caça ás baleias ou com os pandas que morreram no terremoto da China, mas que não exibem a mesma compaixão pelos adolescentes das comunidades pobres do Brasil que têm uma expectativa de vida de 17 anos, vítimas de um genocídio praticada pelos traficantes e por seus aliados, os policiais corruptos. Cientistas sociais alertam para o "terrorismo verde" praticado por entidades como Greenpeace e WWF.
O catastrofismo é moeda corrente na mídia, a principal difusora (para variar) de ideias distorcidas e sem fundamento sólido na pesquisa científica, como a de um "equilíbrio ecológico" que nunca existiu e contradiz a própria noção de ecologia, ou de uma " natureza virgem" que a arqueologia desmente todos os dias.

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